quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cerveja

Desde pelo menos 4 000 a.C, a cerveja já era conhecida pelos sumérios, egípcios e mesopotâmios. Suas características (tipo, sabor e cor) variavam muito, já que os ingredientes usados para fazer a cerveja mudavam de acordo com cada local.


A notícia mais antiga que se tem da bebida é de 2600 a 2350 a.C. No Hino a Ninkasi, a deusa da cerveja, foram encontradas menções de que os sumérios já produziam cerveja. Já na Babilônia eram feitos diferentes tipos da bebida, originados de várias combinações de plantas e aromas, além do uso de quantidades variadas de mel. O Código de Hamurabi, rei da Babilônia entre os anos de 1792 e 1750 a.C., continha leis que regulamentavam a comercialização, a fabricação e o consumo da cerveja.


No antigo Egito, a cerveja teria sido inventada para ajudar quem não tinha como pagar pelo vinho. Em hieróglifos e outras obras artísticas podem ser vistas referências ao gosto dos egípcios pelo henket ou zythum, apreciada por todas as camadas sociais. Até um dos faraós, Ramsés III, ficou conhecido como "faraó-cervejeiro" após doar aos sacerdotes do Templo de Amon 466.308 ânforas ou aproximadamente um milhão de litros de cerveja feitos em suas cervejeiras.


Já na vida dos primeiros romanos a cerveja até teve uma certa importância, o que acabou durante a República Romana. Nessa época, o vinho substituiu a cerveja como a bebida alcoólica preferida dos romanos e passou a ser considerada uma bebida própria de bárbaros.


Até tempos relativamente recentes, a maior parte das cervejas era do tipo que agora conhecemos como ales. As lagers só foram descobertas no século XVI, por acidente, quando a cerveja era guardada em frias cavernas durante longos períodos. Desde então, elas ultrapassaram largamente as cervejas tipo ale em volume de produção e consumo.



Os estilos de cerveja são geralmente divididos em duas famílias denominadas Ale e Lager. A principal diferença entre elas é o tipo de fermentação empregada no processo. Conheça cada uma delas:


Ale

As Ale são produzidas com o fermento Saccharomyces Cerevisiae e sua fermentação acontece em temperaturas mais altas que as lager. Essa temperatura fica, dependendo do tipo de cerveja, em torno de 20ºC. Além disso, são consideradas cervejas de alta fermentação porque o fermento tende a ficar em suspensão no tanque durante o processo de fermentação.


O resultado desse processo são cervejas que se caracterizam por apresentarem aromas e sabores complexos, com notas frutadas e de especiarias. Como os padres foram grandes produtores de cerveja, o termo "Ale", acredita-se, vem da palavra anglo-saxã "Alu", que significava um êxtase religioso.


O fato de serem consideradas cervejas de alta fermentação não significa que tenham necessariamente teor alcoólico mais alto que as Lager. Também não são necessariamente escuras. Existem Ale de baixo e alto teor alcoólico, assim como claras e escuras. Até o ano de 1400, quando se começou a fabricar cervejas Lager, todas as cervejas eram Ale. Na família das Ales, existem diversos outros tipos de cerveja, como:


Weizenbier

Cervejas produzidas com uma proporção de no mínimo 50% de malte de trigo, complementado pelo malte cevada. São bem claras e turvas, por não serem filtradas. São muito refrescantes e com aromas que lembram banana e cravo.



Kölsch

Cerveja típica da cidade de Colônia, na Alemanha, são douradas, leves, de amargor baixo a médio. Também levam uma dose de malte de trigo.


Belgian Pale Ale

Versão semelhante em cor e corpo a Pale Ale inglesa, o que as diferencia são os aromas, que remetem com mais clareza ao cravo.


Strong Golden Ale

De origem belga, são cervejas semelhantes as Tripel, porém mais claras. De alto teor alcoólico, variam de bem secas a moderadamente doces. Possuem amargor baixo a médio e aromas frutados e de lúpulo. Cerveja com bastante gás.


Bière Brut

Cervejas produzidas pelo método tradicional dos champagnes: o champenoise. Depois de fermentadas normalmente com leveduras especiais, são envasadas e passam por uma segunda fermentação dentro da garrafa. Esse processo pode levar até um ano e resulta em cervejas efervescentes, muito aromáticas, com notas frutadas de brioche. Teor alcoólico bastante alto.


Weizenbock

De origem alemã, é uma Doppelbock, porém, produzida com a adição de trigo. Tem aromas de chocolate, toffee, malte, banana e cravo, é bem encorpada e de baixo amargor.



Lager

As Lager são as chamadas cervejas de baixa fermentação. Fermentadas a temperaturas mais baixas que as Ale, em torno de 10ºC, são produzidas com o fermento Saccharomyces Carlsbergensis. Muito pouco ou nada frutadas, possuem aromas e sabores de cereais (cevada e/ou trigo), pão e lúpulo.


Acredita-se que as Lager surgiram por volta de 1400, no sul da Alemanha. Como a produção de cerveja exige temperaturas amenas, não se produzia cerveja no verão, já que a refrigeração foi inventada somente em 1873. Os alemães descobriram que sob os Alpes a temperatura ficava baixa mesmo no verão. Com isso, passaram a produzir maiores quantidades na primavera e armazenavam a cerveja nesses "armazéns" sob as montanhas. Como a temperatura nessas cavernas ficava bem abaixo dos 20ºC, houve uma mutação no fermento da Ale utilizado até então, passando a se adaptar melhor a temperaturas mais baixas. O resultado foram cervejas mais límpidas e menos complexas que as existentes até então.


"Lager" significa "armazém", em alemão. Daí a origem do nome dessa família.


Na família das Lagers, existem diversos outros tipos de cerveja, como:


Pilsen

Criada em 1842, na cidade de Pilsen, na República Checa, foi a primeira Lager clara do mundo. É o estilo mais consumido, devido a sua leveza e baixo amargor, nas versões brasileiras. Nas alemãs o amargor é bem pronunciado. Aromas de malte de cevada e pão. Aromas florais e cítrocos, provenientes do lúpulo, nas mais amargas.

Amber Lager

De cor âmbar, é uma versão Americana do estilo Vienna. O que as diferencia é que, no caso da Amber Lager, há o uso do método conhecido por dry hopping, em que uma quantidade generosa de lúpulos aromaticos de excelente qualidade são adicionados à cerveja durante a fase de maturação. Este processo confere a cerveja um aroma muito intenso e agradável de lúpulo.


Oktoberfest

Antigamente, sem sistemas de refrigeração à disposição, os cervejeiros produziam cervejas fortes na primavera (em março) e as guardavam em caves sob as montanhas, repletas de gelo. Essas cervejas eram, então, consumidas em festivais de setembro e outubro. As cervejas desse estilo têm teor alcoólico e corpo mais altos que um pilsen, além de coloração um pouco ou bem mais escura. Não são cervejas de amargor muito pronunciado, apresentando um ótimo equilíbrio.


Rauchbier

São cervejas de coloração âmbar, típicas da região de Bamberg, na Alemanha. São produzidas com malte defumado, o que confere a cerveja aroma e sabor também defumados.



Schwarzbier

Mais escuras que as Dunkel, devido à utilização de uma proporção maior de malte tostado. Apresenta mais aroma e sabor tostado, com o teor alcoólico em torno de 5%.


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Fonte: www.eisenbahn.com.br

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